quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Candidato único, Nuzman é reeleito

10.10.2008
São Paulo-SP
São Paulo (SP) - A eleição para a presidência do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) não surpreendeu ninguém. Candidato único, Carlos Arthur Nuzman foi reeleito por aclamação, nesta quinta-feira, em um hotel da Zona Sul do Rio de Janeiro, para comandar a entidade até o final de 2012.
Como apurou a Gazeta Esportiva.Net, em matéria exclusiva, a falta de oposição a Nuzman se dá por conta de medo por parte das confederações brasileiras de receberem sanções financeiras do COB, que administra os recursos advindos da Lei Agnelo-Piva, além do dinheiro das empresas estatais. Além disso, a falta de organização prejudica uma oposição forte à atual chapa que comanda o comitê.
Desde 1995 no poder do COB, ao cabo do novo mandato, Nuzman irá completar 17 anos à frente do comitê. Neste tempo, o presidente esteve no comando durante as Olimpíadas de Atlanta, em 1996, Sidney, em 2000, Atenas, em 2004 e Pequim, em 2008.
Nuzman se vangloria do fato de ter ‘melhorado’ o desempenho do Brasil em Jogos Olímpicos desde sua chegada ao poder. No entanto, a irregularidade do esporte olímpico brasileiro, ao menos no quadro de medalhas, foi a tônica destes 13 anos.
Nos jogos de 1996, o Brasil chegou à marca de 15 medalhas olímpicas, sendo 3 delas de ouro. Em Sidney, 2000, o desempenho caiu tanto no total de pódios quando nas vitórias – o país conquistou 12 medalhas ao todo, e nenhuma delas foi dourada.
Em Atenas, 2004, o Brasil chegou ao recorde de medalhas de ouro – cinco –, mas o número total de pódios caiu para dez. Nos Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008, o desempenho dos atletas brasileiros, em medalhas de ouro, foi inferior ao das Olimpíadas na Grécia, conquistando apenas três medalhas douradas, mas os atletas brasileiros chegaram entre os três melhores nas modalidades em que competiram por 15 vezes, como em Atlanta.
Além das participações olímpicas, a administração de Nuzman ficou marcada pela escolha do Rio de Janeiro para sediar os Jogos Pan-americanos de 2007, que ficou marcado pelos gastos públicos que excederam a previsão inicial.
Dos R$ 390 milhões que foram orçados a princípio, a cifra saltou para os R$ 3,3 bilhões gastos, de fato, o que gerou críticas e cobranças por parte do Tribunal de Contas da União, que determinou, no dia 24 de setembro, que o Ministério dos Esportes prestasse contas dos gastos envolvidos na organização do Pan em até 30 dias.

CBF reclama de “falta de transparência do COB”
Rio de Janeiro (RJ) - A polêmica reeleição de Carlos Arthur Nuzman para o cargo de presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) gerou insatisfação na Confederação Brasileira de Futebol (CBF). De acordo com Ricardo Teixeira, a entidade foi desrespeitada com o fato de a eleição ter sido marcada sem grande antecedência.
“Isso não é transparência”, comentou Teixeira ao jornal O Globo. Opositores de Nuzman reclamam que a eleição feita às pressas foi uma maneira de ele desarticular qualquer movimento contrário, garantindo assim mais quatro anos no cargo. Por sua vez, o dirigente alega que fez isso porque tinha uma viagem marcada para o México neste final de semana, a fim de cuidar da campanha do Rio de Janeiro para os Jogos de 2016.
Apesar de o COB alegar que a CBF confirmou presença na Assembléia que reelegeu Nuzman - o diretor-jurídico Carlos Eugênio Lopes seria o representante de Ricardo Teixeira -, a entidade que cuida do futebol disse, segundo o jornal O Estado de São Paulo, que mudou de posição após uma reunião e não mandou ninguém ao encontro por não concordar com a condução do processo, pois teria sido desrespeitada com a convocação fora do prazo estabelecido pelo estatuto do COB.
Ironicamente, Ricardo Teixeira também já foi acusado diversas vezes de não respeitar o estatuto da CBF para se reeleger. Em 2015, quando termina o atual mandato, ele completará 25 anos à frente da entidade, enquanto Nuzman chegará aos 17 no comando do COB em 2012, quando termina o novo mandato.
CBF e COB têm enfrentado uma série de problemas nos últimos meses por conta de divergências quanto ao uniforme utilizado pelas seleções nacionais nas Olimpíadas de Pequim.

Fonte: Gazeta net

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