quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Ex. Pres. da Federação Gaúcha critica a regularização de Faixas Pretas da Liga.

11.11.2008
Porto Alegre - RS
Ex. Pres. da Federação Gaúcha critica a regularização de Faixas Pretas da Liga.
Carta aberta aos dirigentes e professores filiados à Federação Gaúcha de Judô emitida pelo seu ex-presidente Carlos Matias Pauli Azevedo.
Leia a íntegra.
Prezados Dirigentes e Professores:
Como integrante da comunidade judoística há 48 anos, sinto-me no direito de manifestar-me sobre a regularização de Faixas–Pretas oriundos da Liga RS, junto a nossa Federação. Sou uma espécie de testemunha ocular da história.
Seguidamente, minha administração (1983-2007) tem sido responsabilizada pela criação da Liga. Na verdade, é uma história que poucos conhecem. A maioria se vale de observações, feitas por terceiros, para se posicionarem, e que muitas vezes não são verdadeiras.
As pessoas que fundaram a Liga tinham, na ocasião, boa relação comigo e, sempre que necessário, foram atendidas em suas pretensões. Suas promoções de Dan sempre foram concedidas pelo reconhecimento do trabalho em prol do judô gaúcho.
Fui comunicado, por telefone, da criação da Liga, por seu mentor, como sendo uma entidade visando ajudar o judô do interior, mas com o objetivo de filiar-se a FGJ, como se fosse uma espécie de Delegacia. No entanto, de uma hora para outra, ocorreu uma mudança de atitude e a Liga tornou-se “oposição” à FGJ.
Ao contrário, do que se tenta imputar aos que não conviveram com o problema, a Liga não veio para resgatar os verdadeiros ideais do judô gaúcho, mas sim, para dividir o nosso esporte. Isto foi entendido por muitos professores do interior que não se deixaram envolver pelo “canto das sereias”, mantendo-se fiéis a FGJ, embora recebendo convites e promessas.
A partir do comportamento da Liga, e seus articuladores, passamos a atender as resoluções da CBJ sobre o assunto, uma vez que a Confederação é a Dirigente Nacional da modalidade. A Liga filiou-se a Liga Nacional de Judô, oposição a CBJ.
Jamais partiu de mim qualquer ação pessoal, mas sim o que era orientado pela máter nacional, que não reconhece ligas como sendo do sistema oficial do desporto.

A partir da criação da Liga, muitos “Faixas Pretas” que nunca foram federados, passaram a integrá-la, recebendo promoções em desacordo com a CBJ e, sabe-se lá de que maneira.
Agora, como premiação por suas rebeldias, vão receber um indulto e regularizar suas situações junto a FGJ, mesmo que não se saiba das origens de grande parte destas “Faixas Pretas”.
Este indulto da FGJ deve ser por que eles foram “vítimas da ditadura do Presidente Matias”.
O que dizer aos professores do interior que se mantiveram fiéis a FGJ e sempre procuraram obedecer ao que era emanado da CBJ?
Eles, que deram sustento ao processo federativo durante todos estes anos vão ter que “conviver” com seus “colegas” que viviam,esportivamente, amargem do sistema oficial. Será justo?
Os sacrifícios a que se submeteram para atingir seus objetivos, terão o mesmo valor daqueles que não trilharam, por opção, o mesmo caminho.
Na verdade, os “Faixas Pretas” oriundos da Liga levarão vantagens sobre os federados, pois terão apenas que fazer cursos, sem qualquer avaliação, para serem brindados com sua regularização. Todos sabemos como funciona a participação em um curso que não tem avaliação final. Como saber se eles realmente tem o conhecimento compatível com a graduação que alegam?
Os Federados, sempre conviveram com uma situação diferente. Tem que fazer cursos e exames. Sendo reprovados, tem que voltar no ano seguinte e fazer tudo novamente. Se rodarem, mais uma vez, é outro ano perdido. Os “colegas” da Liga não terão nada disto. É o que se depreendeda decisão tomada na reunião realizada em Caxias do Sul, na noite do dia 10 de outubro. É justo?
Basta culpar um ex-dirigente, que agiu dentro da lei esportiva, pelos “males ocorridos” e tudo será esquecido, com um futuro maravilhoso para todos. Tudo em nome da globalização e da inclusão social.
Não estou julgando ninguém.
Apenas expondo os fatos e defendendo, indignado, os federados, que sempre deram suporte ao processo oficial e “suaram sangue” para obter suas promoções. É a estes que o Presidente da FGJ deve satisfações, uma vez que foi eleito pelo processo federativo.
Os que vem da Liga, cujas promoções não são reconhecidas pela CBJ, foram promovidos de forma irregular e seus exames não tem nenhum valor oficial. Portanto, não existem.
Por ter agido conforme determinado pela CBJ, não me furtarei ao debate, se necessário, defendendo o que sempre respeitei: a hierarquia.
O processo federativo é o único reconhecido pela CBJ, COB e FIJ.
Quem está fora deste contexto não existe no sistema oficial.

Porto Alegre, 01 de novembro de 2008
Carlos Matias Pauli de Azevedo


Fonte: Portal

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