25.07.2008
A poucos dias de sua quarta participação olímpica, Edinanci Silva comemora a evolução do judô feminino nos últimos anos, mas afirma que o caminho ainda é longo até chegar ao nível técnico da equipe masculina. Segundo a atleta, foram anos difíceis vivendo à sombra do sucesso masculino.
- A diferença de investimento entre o feminino e o masculino foi uma covardia. A mentalidade da confederação sobre o judô feminino era totalmente errada. Foi preciso uma ex-atleta assumir a seleção feminina para que mudasse a mentalidade da confederação. A partir daí é que começamos a criar a nossa identidade - disse Edinanci, em São Paulo, minutos antes de embarcar para a fase de aclimatação no Japão, nesta quarta-feira.
A mudança à qual Edinanci se refere é a chegada da ex-judoca Rosicléia Campos ao comando da seleção feminina, em 2005. A própria técnica afirma que foi preciso fazer um trabalho duro de convencimento para que a diretoria entendesse a necessidade de mudança.
A minha condição para aceitar o cargo foi separar completamente o feminino do masculino. Para mim, são esportes diferentes. Então, convenci os dirigentes sobre a necessidade dessa mudança de mentalidade. O próximo passo foi conversar com as meninas. Elas também precisavam mudar de postura, assumir a responsabilidade e parar de se conformar com a imagem de reclamonas e coitadinhas - disse Rosicléia, que esteve nas Olimpíadas de Barcelona e Atlanta.
De lá para cá, a evolução foi considerável. No Pan do Rio, foram sete medalhas conquistadas. Tudo fruto do trabalho diferenciado, com viagens, treinamentos e competições distintas. No entanto, o abismo entre as duas equipes ainda é grande. A equipe feminina luta em Pequim por sua primeira medalha olímpica, enquanto o judô masculino já acumula 12.
-Nós já estamos conseguindo medalhas em competições importantes. Já dá para ver uma boa evolução. Mas o judô feminino ainda tem muito crescer. A realidade é que ainda não dá nem para comparar – avalia Edinanci.
Fonte:Globo Esporte
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